A terapia não tem ajudado. Deito no divã de Cybelle tentando entender essas curvas dos últimos sete anos, mas não há resposta. Pensei em atividades. Andar de bicicleta à noite, quem sabe. Vou pintar quadros. A guache. Vou desafiar a gravidade.
Mas tudo isso passa. É só tristeza. A psiquiatra pediu para separá-la da depressão. Não vou tomar remédios para despistá-la. Uma corrida, talvez? Melhor fugir da noite. Um amigo indicou um colchão e talvez eu migre para lá por uns tempos.
Estou calmo. Nâo briguei com mais ninguém nas últimas três semanas. Descobri atalhos tal qual um jogador de mais de 30 anos. É a minha idade, certo? Um garoto olhou a minha camisa. Eu não tive felicidade de reparti-la. Vou doar minhas roupas. Amém.
Peguei um ônibus e segui até o meio-fio do viaduto. Atravessei a rua e andei poucas quadras. Nem pensava que podia estar em casa, ardendo um pouco mais.
Naquela casa, um palco avançava a pista para receber um cara, o Júpiter. Enfrentei a dor, o calor e o cansaço. E ouvi.
Um mundo particular, fora do que ocorria ali. O meu e o dele. "Uma Tarde na Fruteira" já era assim. Um mundo meu e outro dele no mesmo disco.
Tá, vou pedalar. Como Jupiter em suas músicas. Quem disse que rodar os pedais não pode equivaler à arte? Dane-se o esporte.
terça-feira, 3 de março de 2009
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Marcos,
ResponderExcluirEntrei aqui por acaso e gostei muito.
escreves bem.
Abraço
Viveca
www.rockcaustico.blogspot.com